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terça-feira, 26 de abril de 2011

Revolta

Mais um texto. Esse é de 2006. Um esquete rápido, apresentando uma curiosa situação, envolvendo um jovem diante da sociedade (risos). Jovem, ao completar 18 anos, já sabe... Você pode ser preso! (mais risos) Com vocês, REVOLTA!



REVOLTA, de Raul Franco

(Banco de praça. Jovem entra em quadro e senta no banco e pega o seu MP4 para ouvir uma música. De repente, aproxima-se um sujeito, desarmado, porém, na hora de abordar o jovem, fala com aspereza)

Ladrão – Passa, passa o brinquedinho aí!!! (apontando para o MP4)
Jovem – (assustado) O que é isso?! Tu és ladrão?
Ladrão – Sou.
Jovem – (tranquilo) Ah, tá. Então, toma. (dá o seu MP4 para ele)
Ladrão - Valeu.

(O sujeito senta ao lado do jovem, colocando calmamente os fones do MP4 no ouvido. Toca o celular do jovem. Jovem atende)

Jovem – Oi? E aí, Azeitona, beleza? Ih, rapaz, não posso te emprestar o meu MP4. Um ladrão acabou de me roubar. Fazer o quê!? O cara tá trabalhando. Melhor do que ficar no coletivo, vendendo paçoca, bala juquinha e chocolate, acordando os passageiros que estão tirando uma soneca, não é? Peraí, depois eu te ligo. Tem uma nova ligação aqui. (Aperta no botão para ouvir a nova ligação) Alô? Mãe?! E aí, beleza? O quê? A senhora vai cortar a minha mesada esse mês porque eu tirei nota baixa? Tá de sacanagem!!! Pô, isso é absurdo! Tá bom, em casa a gente conversa, tchau. (desliga) Pô, fala sério!!! (toca cel) Alô? Fala, Toninho Bala, beleza? O quê? Não vai mais me vender maconha porque eu não paguei a da semana passada? Tá brincando?! Pô, meu irmão, eu vou pagar. É que a coisa tá complicada. Tá bom, você não quer conversa, né? Cê é que sabe. Tchau. (toca cel de novo) Alô... oi, meu amor, minha beleza. Cê ligou na melhor hora. O quê? Tá ligando porque quer terminar o namoro? E qual é o motivo? Porque eu tenho mau hálito. Não acredito. Tá bom!!! Adeus. (jovem desliga o celular e pega uma arma na mochila e aponta para o ladrão) Passa o meu MP4 de volta!!!
Ladrão – O que é isso, jovem? O ladrão aqui sou eu.
Jovem – Mas a sociedade me revoltou. Criou mais um sociopata. Passa, passa. Vamos.

(Ladrão entrega o MP4 pro Jovem que sai correndo)

Ladrão – Pô, fala sério! Vou ter que vender paçoca em ônibus.

Fim

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